AS MOCHILAS ESTÃO PESADAS – NÃO ADIANTA PEDIR, É PRECISO AGIR


Por que é que as mochilas dos alunos dos oito aos doze anos andam muito pesadas? A razão é óbvia – todos os dias eles são obrigados a levar os livros, de várias disciplinas, para as escola e todos os dias têm de os trazer de volta.
A culpa não é deles nem são eles que podem alterar a situação, mas são os alunos a sofrer as consequências. 
Os pais reclamam, os professores têm pena, os diretores franzem a sobrancelha, o ME diz-se preocupado, a população assina petições, mas a «coisa» deve continuar na mesma, porque é a criança que carrega com o peso enquanto os outros carregam a… «pena».

Os livros são pesados, porque as editoras precisam de fabricar um livro com dezenas e dezenas de páginas para cobrir os extensos programas que o ME nunca quis encurtar. O governo acha que a situação devia mudar, mas ele não muda as regras.

Os livros andam todos os dias de casa para a escola e da escola para casa, porque a maioria dos senhores professores marca TPC's quase todos os dias e nenhum aluno estudioso e responsável deixa de os fazer, como é óbvio. Os professores assobiam para o lado, mas a culpa também é deles.



Além disso, muitas escolas não disponibilizam aos alunos cacifos suficientes, seguros e condignos, onde possam deixar alguns dos seus livros e material escolar. Os diretores lamentam imenso, mas o dinheiro que há não é para armários, por isso os putos que aguentem.

Os pais reclamam imenso, contudo esquecem que têm uma forte representação no Conselho Geral do Agrupamento de Escolas e na maioria das vezes não propõem medidas concretas que tirem os livros das costas dos filhos e os coloquem nos armários da escola.
A maioria dos alunos passa três a quatro dias inteiros na escola, mas a escola não consegue encontrar uma hora por dia para que eles façam os TPC ou estudem um pouco da matéria dada durante as aulas do dia, de modo a deixarem os livros na escola.
Estou muito cético quanto à resolução deste problema, a não ser que alguém tenha a ousadia de colocar às costas de um professor, de um diretor ou até de um Ministro da Educação uma mochila de uma criança de dez anos e o faça andar todo o dia com ela às costas. Por enquanto, «quem se lixa ainda é o mexilhão».

GAVB