Andar descalço em brasa quente,
se ferir nos espinhos de uma rosa,
beijar a naja com desejo ardente,
recitar mulher alheia em verso e prosa...
Brincar de vez em quando com a sorte,
perder a razão e jogar a vida quase fora,
abdicar da sanidade, caminhar com a morte,
feito criança que não vê o passar da hora.
Arriscar, tropeçar, se machucar, perder o norte,
pedir aquele prazer sem hora marcada,
um beijo roubado na madrugada,
um abraço no pôr do sol de qualquer sorte.
Viver é se arriscar por um chocolate,
Viver, acima de tudo é ter o que saborear,
é olhar para a ferida e poder lembrar,
que a dor valeu a pena em cada instante.
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