METROPOL PARASOL, Sevilha


Se há coisa que faz falta em Sevilha é algo que abrigue o turista do sol. Talvez pensando nisto, o arquiteto germânico Jurgen Mayer propôs para a capital da Andaluzia um gigantesco para-sol, utilizando como material base a madeira, que cobre por completo a plaza de la Encarnación.
O projeto do alemão foi o vencedor de um concurso internacional em 2004 e demorou quase sete anos a ser concretizado. Noventa milhões de euros depois, Sevilha teve direito à seu primeiro grande ícone modernista dentro do casco histórico.

Batizada por Mayer como Metropol Parasol (“guarda-sol de metropolitano”), é conhecido pelos sevilhanos como Os Cogumelos, devido à forma que apresenta. A estrutura desenhada pelo alemão é construída em madeira com treliças ortogonais de 1,5 x 1,5m, com 150 metros de comprimento por 75 metros de largura e 28 metros de altura.
Os seus cogumelos gigantes, que formam a cobertura, sobressaem sobre os edifícios circundantes e parecem dançar sobre a plaza de la Encarnación, inundando-a de sombra e frescura na primavera e verão,  o que qualquer turista agradece sempre que visita Sevilha entre Maio e Setembro.

Visitei este ícone da modernidade arquitetónica sevilhana há uma semana, por insistência da minha filha. Chegamos já noite feita, mas ainda assim tivemos de ir para a fila para comprar bilhete a fim de subir aos andares superiores do Metropol Parasol. Lá fica um bar-restaurante bastante apelativo e um miradouro fabuloso, onde é possível ter uma imagem belíssima sobre o Centro Histórico de Sevilha, só comparável com aquela que Torre Giralda, da Catedral de Sevilha, proporciona. Este miradouro não é um local único, mas uma série de pontes que serpenteiam toda a estrutura superior dos cogumelos, permitindo percecionar Sevilha de vários ângulos.

O tom creme da estrutura permite conjugar a linguagem ultramoderna da proposta arquitetónica de Mayer com o ambiente medieval e tradicional do casco histórico sevilhano.

Os sevilhanos fazem um uso muito diversificado desta estrutura. Além de proteger do sol e do calor e permitir uma visão assombrosa de Sevilha, nos pisos subterrâneos existe o museu arqueológico de Sevilha. Ainda ao nível do solo existem lojas de comércio e restaurantes. 
Na plaza mayor, abundam recantos encantadores, bares, restaurantes e uma variedade de atividade cultural e lúdica.
A criação de Mayer pode ter sido polémica, demorado o dobro do tempo previsto a ser construída e ter custado quase cem milhões de euros, mas… é muito bonita, atrai turistas, melhorou a qualidade de vida dos sevilhanos, requalificou uma zona feia da cidade e constitui já um polo económico relevante.
Gabriel Vilas Boas