Nunca entendi o grande prazer de apanhar uma bebedeira. Beber até cair não é divertido e duvido que saiba realmente bem. No entanto, grande parte do convívio social faz-se à sombra de um copo. Para uns basta um; para outros quantos mais melhor.
Mas melhora o quê? A qualidade da conversa? Não me parece… Dir-me-ão que a bebida liberta, desinibe o corpo e a mente, todavia não é certo que seja agradável o resultado dessa libertação inconsciente. Faremos coisas ousadas, mas também algumas constrangedoras. Dificilmente levarão a sério o que dizemos ou fazemos; serão mais aqueles que terão pena do que aqueles que nos acharão uns heróis.
Não percebo os jovens que bebem. A alegria está neles e não na bebida. Há formas mais ousadas de sedução e transgressão.
É curioso perceber como eles bebem em quantidade e elas preferem a qualidade e a diversidade. Sempre achei que dificilmente um rapaz causaria boa impressão numa rapariga emborcando quinze cervejas numa noite. Já elas são mais exigentes com a oferta do barman, procurando fugir do álcool, quando conseguem dizer (e pagar) o que querem. O que poucos dizem é que beber foi o melhor da noite.
Beber não é o passaporte para nada! Beber é baixar o nível da diversão.
Nos dias de hoje, alguns restaurantes estão a implementar a prática da “refeição sem telemóvel”; gostava que houvesse um bar que tivesse a coragem de promover a “noite sem álcool”. Isso sim, seria verdadeiramente cool.
GAVB