Nos anos oitenta, uma das coisas que deixava qualquer adolescente de boca aberta eram os penteados dos jogadores de futebol, sendo os mais excêntricos e modernos os dos jogadores ingleses. Eram tão ousados que os pais davam “aquele exagero” artístico como um mau exemplo. No entanto, nunca se pensou em proibir um jogador com corte de cabelo artístico de jogar, nem se impediu nenhum adepto de entrar em Portugal por isso.
Mais de trinta anos depois, uma escola inglesa proibiu uma criança de sete anos de frequentar a escola por causa do seu penteado. O miúdo queria dar nas vistas num jogo de futebol, apenas isso. A criança tem sete anos, por amor de Deus! Que outra intenção sub-reptícia podia ter aquele jovem?
“Corte de cabelo inapropriado, que pode distrair as outras crianças?” Mas foram-lhe perguntar? Provavelmente não! Aquela Direção de Escola só quis exercer o seu poderzinho ridículo e malévolo, obrigando um pai a demitir-se do seu emprego para ficar com o filho, até que o cabelo cresça.
O que é isso de corte de cabelo inapropriado? Se a definição passa pela capacidade de distrair os colegas, então muitas professoras teriam de ir para casa até terem um corte dito normal, para já não referir o tipo de vestuário.
Que insensibilidade! Manter a punição mesmo sabendo das dificuldades dos pais, do emprego que estava em jogo, ultrapassa o razoável.
Na minha opinião o que aquela direção escolar merecia é que a mandassem para casa até que o pai voltasse a arranjar emprego, por decisão totalmente destituída de bom senso e inapropriada numa Escola.
GAVB
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